sábado, 15 de janeiro de 2011

Carcará

Não há palavras para descrever o maior e mais magnífico sentimento chamado simplesmente de amor, já na outra face há qualquer tipo de palavra pejorativa a definir o submundo sujo e infeliz.


Me ocorreu um fato e isso me pôs a pensar de forma diferente, falo agora como ser humano que penso ser, não como algum tipo de profissional que desejo ser.
O fato não necessita ser discutido, mas sim os valores que proponho agora.
A cada formatura, passagem de ano, lágrimas rolam solenes em rostos sinceramente abatidos por uma grande saudade e então, uma promessa de nunca perderem o contato.
Antes eu diria que é balela, a mais pura balela, pessoas se separam ao longo do tempo naturalmente e assim é o correr da vida, neste momento já não posso mais pensar assim e já sinto uma certa nostalgia pela antiga reflexão.
Aquelas pessoas que nunca estiveram verdadeiramente unidas não se separam, afinal, nunca estiveram unidas, já aquelas que realmete ou supostamente o podem fazer não o fazem, pois, enquanto tudo estiver bem o sentimento, um telefonema, um encontro será suficientemente importante para que voltem (ou continuem) a conversarem como velhos conhecidos. Já quando o respeito se perder você levará uma dor que te seguirá como pensamento vivo, unindo até não poder mais você a outra pessoa até não se pertencerem mais, até virar uma lembrança que será suficientemente importante para relembrar e "ressentir" tudo voltará à tona.
Freud chamou em uma de suas primeiras publicações ansiedade de Expectativa Angustiada o que parece apenas classificação da classificação me faz muito sentido. De fato toda angustia, toda ansiedade que nos passa é uma armadilha que nos causamos diariamente com o simples fato de desejar que pessoas ao nosso redor sejam como nós, que possuam os mesmos valores e que nossos sonhos e desejos profissionais se realizem; a porcentagem de desejos realizados, de pessoas parecidas são mínimas e com todo o decorrer da evolução, ainda não aceitamos tal dado.
O que eu quero dizer é que não culpo e não pretendo culpar ninguém além de mim mesma por minhas próprias decepções, afinal tudo não passa de expectativas errôneas que gerei em cima de pessoas que são muitas vezes pessoas de valores invertidos aos meus.
Freud chama de angústia moral "o escrúpulo e o pedantismo - uma inclinação muitas vezes presente em pessoas com uma dose de sensibilidade moral maior que de custume, da mesma forma, varia desde o normal até uma forma exagerada de mania de duvidar". Isso ao meu ver, é apenas um conflito diário entre a confiança imediata e a necessidade de desacreditar.
Creio que este é o maior motivo que leva as pessoas de maior idade a adquirirem o perfil de ranzinza, todas essas marés de forte tristeza e decepção, desilusão causadas por sua vontade de ter alguém em que confiar, creio ser porisso que sempre escutei pelas vozes experientes já sem ódio e sem amor; - não confie em ninguém.

Assistam o filme "TUDO PODE DAR CERTO" .

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